Por Gerlean Brasil
O carnavalesco da Vila Isabel, Paulo Barros, reconhecido pelas “alegorias humanas”, deu uma missão desafiadora e ousada ao artista parintinense Alex Salvador de criar um carro diferente de tudo já visto na Marquês de Sapucaí. O dever foi cumprido pelo artista de alegoria do Boi-Bumbá Caprichoso ao longo de dois meses e o resultado encheu os olhos do público com uma cavalgada de São Jorge.
A tradicional representação ganhou “vida” de forma estilizada, colorida, vazada e articulada, durante o desfile da terceira escola de samba pelo Grupo Especial que defendeu o enredo “Nessa festa, eu levo fé”. A surpreendente alegoria de 15 metros de altura, rica em movimentos robóticos, repercutiu muito além da Marquês de Sapucaí e entrou para a história dos carnavais do Rio de Janeiro.
A escultura tinha as mesmas características de uma alegoria na base de ferro do Festival de Parintins. O artista Alex Salvador explica como trabalhou a alegoria da criação à execução, conforme o enredo sobre as celebrações de origem religiosa seculares do Brasil. “O carnavalesco queria uma coisa diferente, criar um São Jorge diferente de todos que já tinham passado na avenida”, afirma.
“Paulo Barros pediu que a gente olhasse movimentos baseados em robôs e animatronics. Fizemos todo um estudo, maquete, testes, até chegarmos à esse resultado. O Paulo Barros gostou da ideia de ser uma escultura vazada, ao estilo Parintins, como a gente faz muita escultura de ferro, que aparecesse as pessoas, se conseguisse visualizar quem mexia por dentro”, declara Alex Salvador.
O comentarista da transmissão da TV Globo, carnavalesco Milton Cunha, elogiou o ineditismo do carro alegórico. “Lindíssimo, mais uma vez alegorias vazadas. Uma estética moderna”, enfatizou. A jornalista Maria Júlia Coutinho afirmou que Paulo Barros pretende levar a alegoria para exposição em Miami, nos Estados Unidos da América. “Que espetáculo esse São Jorge”, definiu.
A apresentadora rendeu saudação ao “pessoal de Parintins”, ao artistas envolvidos no carnaval. O apresentador Alex Escobar avaliou ter sido diferente de tudo que passou na avenida. O comentarista Pretinho da Serrinha disse nem imaginar que o carro, uma obra de arte, seja demonstado pós desfile das campeãs. Milton Cunha concordou: “Nem pensar. Vamos expor”.
Cores, reflexos e transparência deram tons aos efeitos especiais da alegoria das festas de São Jorge assinada por Alex Salvador e equipe. A cada refrão do samba-enredo, o dragão soltava fumaça na luta contra o santo. Outro carro alegórico de referência da apresentação da Vila Isabel foi do Festival de Parintins, com os bois Caprichoso e Garantido em movimentos robóticos feitos os bumbás na arena.
