Desenvolvimento territorial da BR-319 deve ser adequado às realidades e populações da rodovia

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Uma iniciativa do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGVces) produziu para comunidades da BR-319 uma importante ferramenta de orientação do planejamento e execuções de ações em comunidades na área de influência da rodovia: a Agenda de Desenvolvimento Territorial da Região da BR-319 (ADT), que apresenta 13 estratégias para consolidar o desenvolvimento dos territórios impactados pela pavimentação da rodovia.

O tema é o destaque do informativo mensal do Observatório BR-319 (OBR-319), que traz notícias importantes sobre a área de influência da rodovia. O informativo pode ser acessado em www.observatoriobr319.org.br.

A ADT visa um diálogo mais amplo sobre as aspirações locais para o desenvolvimento e o bem viver das comunidades da BR-319. As medidas de fortalecimento propostas levam em consideração os potenciais impactos da obra de repavimentção, com um olhar multisetorial, territorial e de longo prazo. De acordo com a pesquisadora do FGVces e articuladora da Rede Transdisciplinar da Amazônia (Reta), Jolemia Chagas, a ADT traz propostas com caráter transversal, feminino e jovem.

“As populações locais fazem parte dos primeiros passos da constituição da ADT e são fundamentais para a implementação das ações desenvolvidas. A inclusão de jovens e mulheres como lentes transversais da agenda, vem representada em demandas e proposições de soluções com caminhos definidos e checados por eles, possibilitando a participação dos mesmos na provocação e implementação das ações”, disse Jolemia.

“As combinações entre as 13 estratégias da ADT, apontam para ações sistêmicas executadas ou provocadas, seja via políticas públicas ou sociedade civil, visando mitigar ameaças existentes e intensificadas com a repavimentação da BR-319, sobretudo as que afetam grupos mais vulneráveis como mulheres, jovens e crianças”, explicou Jolemia.

A construção da agenda recebeu a participação de mais de 600 pessoas de aproximadamente 150 organizações que representam moradores de 64 comunidades rurais, tradicionais e urbanas, entre elas o próprio Observatório BR-319. As estratégias propostas são relacionadas aos seguintes eixos: proteção ambiental e territorial, agrobiodiversidade, infraestrutura, participação social e transparência, educação, saúde, proteção social, segurança pública, lazer, gênero, juventude, valorização das populações locais e modos de vida.

A ADT pode ser acessada no link https://eaesp.fgv.br/producao-intelectual/agenda-desenvolvimento-territorial-para-regiao-br-319-fortalecendo-territorios.

Interior e ciência

O Informativo OBR-319 deste mês também traz informações sobre o V Encontro de Mulheres da BR-319, evento realizado para o alinhamento de estratégias e fortalecimento da interação entre os diversos coletivos de mulheres existentes em territórios da rodovia. O encontro aconteceu em agosto, no município do Careiro, no Amazonas, reunindo 50 mulheres.

Na seção “Ciência”, o destaque são os lençóis freáticos, recursos naturais importantes para a manutenção da floresta e do bem-estar da população, mas que são ameaçados pelo desmatamento e as queimadas.

Focos de calor e desmatamento

A publicação traz, ainda, dados de monitoramento dos focos de calor e desmatamento na área de influência da rodovia. Em julho de 2022, a Amazônia Legal e o estado do Amazonas apresentaram aumento no número de focos de calor em comparação ao mesmo mês de 2021, de 9% e 22%, respectivamente.

Apesar de haver uma queda no desmatamento nos territórios monitorados em comparação a julho de 2021, o Amazonas apresentou o mês de julho com maior desmatamento desde 2010, com aumento de 19%.

Sobre o OBR-319

O Observatório BR-319 é formado pelas organizações Casa do Rio, CNS (Conselho Nacional das Populações Agroextrativistas), Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), FAS (Fundação Amazônia Sustentável), FVA (Fundação Vitória Amazônica), Greenpeace Brasil, Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia), Operação Amazônia Nativa (Opan), IEB (Instituto Internacional de Educação do Brasil), Transparência Internacional, WCS Brasil e WWF-Brasil.

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