Instituições de saúde avançam nas discussões para alinhar estratégias preventivas a pacientes oncológicos e familiares no Amazonas. Uma reunião sobre o tema ocorreu, nesta semana, entre Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) e Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), na sede deste órgão.
A iniciativa inclui a detecção dos genes BRCA, que elevam o risco de o paciente desenvolver câncer de mama ou de ovário, por parte do Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), que integra a FVS-RCP. A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destaca que a iniciativa é inovadora. “Tratam-se das primeiras discussões acerca desse tema, que é novo no país, ainda não há políticas públicas específicas e a iniciativa busca essa conversa com as diferentes esferas de gestão”, afirma.
Prevenção
Estudos mostram que 10% dos casos de câncer de mama são hereditários. Eles têm relação com gene BRCA 1 e 2, que também aumentam as chances de uma pessoa desenvolver câncer de ovário, segundo o diretor-presidente da FCecon, Gerson Mourão.
“Mulheres jovens, com o teste BRCA positivo, que vivem até os 80 anos de idade, têm 80% de chances de desenvolver o câncer de mama e de ovário, enquanto a população em geral tem 12% de chances. Foi avaliado o custo benefício e foi verificado que vale à pena o teste para o grupo que tem BRCA positivo”, explica Mourão.
Discussão nacional
Um grupo de nove especialistas no Brasil, incluindo Gerson Mourão, está discutindo como as mulheres brasileiras poderão ter acesso ao teste no Sistema Único de Saúde (SUS). Em casos positivos, as mulheres poderão decidir se querem retirar as mamas, trompas e ovários ou se querem manter os órgãos.
O Amazonas possui, desde 2021, a Lei nº 5.404, que assegura às mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama o acesso gratuito ao mapeamento genético. A implementação está em discussão.