Paciente que venceu câncer cerebral lança livro sobre sua história

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Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que mais de 11 mil novos casos de câncer cerebral vêm sendo diagnosticados todos os anos no Brasil, ocupando as 10ª e 11ª posições no ranking dos tumores mais frequentes nas mulheres e nos homens, respectivamente. Segundo a última atualização do Atlas de Mortalidade, 9.355 pacientes perderam suas vidas para a doença em 2020.

Diante da gravidade desses números, a escritora Daiene Berdoldi acabou de lançar o livro “Por trás da cicatriz”, pela Editora Ação Set, no qual narra sua própria trajetória, partindo de uma profissional no auge dos seus 36 anos prestes a se casar para, de repente, tornar-se uma paciente de câncer cerebral e, como se não bastasse, desencorajada de antemão pela primeira equipe médica que a atendeu. Na obra, ela conta como foi a turbulenta descoberta do tumor logo nos primeiros dias de 2020 e a decisão de cancelar o casamento que vinha planejando há dois anos, passando pelo reconhecimento e aceitação do seu corpo, pela confiança na complexa cirurgia a que foi submetida, pela garra durante sua recuperação e pela parceria do então noivo Marcos (a quem dedica a obra, chamando-o de seu alicerce) na retomada dos seus sonhos e na concretização do casamento — ainda que recém-operada e com pontos infeccionados na cabeça — exatamente no mesmo dia, lugar e do jeito que fora planejado desde o início. A autora retrata, ainda, as intermináveis sessões de radioterapia seguidas pelas quimioterapias e seus efeitos colaterais, enquanto voltava parcialmente à sua rotina.

“Por trás da cicatriz” é uma narrativa de força, superação e amor, intercalada por depoimentos emocionantes de familiares, amigos e parceiros profissionais, até finalmente chegar à Daiene de hoje: curada, sem sequelas, feliz, resiliente, casada, cheia de planos e com sua vida pessoal e profissional totalmente normalizada, apenas com acompanhamentos médicos semestrais, como é de praxe.

Intensa como sua passagem até aqui, ela começou a escrever o livro ainda no hospital, quando sentiu que precisaria deixar um legado para ajudar outras pessoas em situações semelhantes. Em um dos trechos, ela conta que, após o choque inicial, compreendeu que o tumor precisava gerar uma marca grande para simbolizar um novo e maior de todos os marcos, o divisor de águas, e que tal superação só foi possível com a utilização da programação neurolinguística, da qual é praticante. “O grau de transformação pessoal pedia esse sinal à altura. A ressignificação me permitiu retomar o controle da situação e não permitir que tudo fosse gerado outra vez. Hoje olho para minha cicatriz com orgulho, pois representa um processo repleto de dores, porém igualmente lindo e rico de significados. A evolução é psicológica, espiritual, física e moral. Me sinto muito mais forte. Se o câncer foi uma disfunção minha, produzida pelo meu corpo, por que esconder a cicatriz? Mostro-a sem vergonha. Pelo contrário, sei que ela encoraja e inspira”, finaliza Daiene.

escritora Daiene Berdoldi

Sobre Daiene Berdoldi

Natural de São Bernardo do Campo (SP), Daiene Berdoldi é a caçula de três filhos de pai empresário industrial e mãe artesã, ambos aposentados. Passou parte da infância em São Caetano do Sul (Grande ABC/SP) até mudar-se para a Capital e, como sempre foi apaixonada por animais, formou-se em Medicina Veterinária na Universidade Metodista de São Paulo. Após esse período, trabalhou em diferentes setores e empresas, chegando a morar em Santo André (Grande ABC/SP) até decidir empreender e voltar definitivamente à sua terra natal. Em 2016, fundou a ‘Essencial Coach’, que oferece consultorias e treinamentos a diversas áreas profissionais, sobretudo ao mercado veterinário. Atualmente é diretora executiva da companhia, coach e palestrante. Além de “Por trás da cicatriz”, Daiene é coautora do livro “Veterinário de Sorte”, lançado em 2020.

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