A deputada estadual Mayra Dias (Avante) formalizou, na tarde desta quarta-feira (28), uma representação ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), denunciando uma série de episódios que configuram perseguição política e violência de gênero por parte do Governo do Estado do Amazonas. A representação destaca o uso ostensivo da Polícia Militar para intimidar a deputada e dificultar suas atividades parlamentares.
“Nós protocolamos a denúncia que vínhamos discutindo nos últimos dias, em relação à perseguição e ao abuso de poder do Estado que venho sofrendo. Não vamos nos calar, muito menos nos intimidar. Continuaremos com o nosso trabalho em prol da população, que merece auxílio e respeito”, declarou a deputada.
Entre os principais episódios relatados, Mayra Dias menciona a atuação da Polícia Militar durante dois projetos sociais em Parintins: o “Ação em Dias” e o “Projeto Maternar”. No primeiro caso, ocorrido na comunidade Santa Rita da Valéria, a presença inesperada de policiais, alegando estarem ali a pedido do comando para a produção de relatórios com imagens da ação da deputada e monitoramento de sua estada na localidade, caracterizou uma clara tentativa de intimidação.
No segundo episódio, durante a realização do Projeto Maternar na Escola Beatriz Maranhão, viaturas de policiamento comunitário, a viatura da Ronda Maria da Penha, além de vários batedores da PM, patrulharam o local de forma ostensiva, sem justificativa plausível. O evento, que contava com a presença de gestantes e mães, foi “fiscalizado” pela polícia, gerando constrangimento e insegurança entre os participantes.
A deputada também relatou um episódio envolvendo um de seus assessores, Rubens Sicsu da Silva, que foi abordado de forma truculenta por policiais da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (ROCAM) em Parintins. Segundo Mayra, a abordagem foi desproporcional e sem justificativa, uma vez que a ROCAM normalmente é acionada para situações de alta complexidade ou crimes organizados, o que não era o caso.
Outro incidente apontado na representação ocorreu durante a comemoração do aniversário do prefeito Bi Garcia, marido de Mayra, na casa do candidato a prefeito de Parintins, Mateus Assayag. A deputada denunciou que uma viatura da Polícia Militar permaneceu estacionada em frente à residência durante a festa, o que ela interpretou como uma tentativa de intimidar os convidados.
Bloqueio de emendas parlamentares
Além das ações de intimidação, Mayra Dias denunciou o bloqueio de emendas parlamentares destinadas às suas iniciativas, como retaliação política por ter declarado apoio a Mateus Assayag, adversário do candidato apoiado pelo governador Wilson Lima. Ela destacou que, ao comparar os valores de emendas empenhadas e liquidadas, percebe-se que os recursos destinados ao seu gabinete estão significativamente abaixo da média dos demais parlamentares, evidenciando o caráter discriminatório da ação.
Pedido de providências
Na representação, Mayra Dias solicita a investigação imediata dos fatos relatados, argumentando que as ações do Governo do Estado configuram abuso de poder e violência política de gênero. Ela destaca que o uso da Polícia Militar para reprimir adversários políticos não apenas viola seus direitos como parlamentar, mas também compromete o exercício pleno de suas atividades e o atendimento à população amazonense.
Mayra reforça a gravidade dos eventos e a necessidade de uma resposta enérgica do Ministério Público para garantir a integridade das instituições democráticas e a proteção dos direitos fundamentais. A deputada finaliza o documento afirmando que continuará firme na defesa dos interesses do povo do Amazonas, independentemente das tentativas de intimidação.
