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Profissionais que atuam no controle da malária em Manaus participaram, na segunda-feira, 17/10, na escola municipal João Braga, no bairro Cidade Nova, zona Norte, de uma capacitação promovida pela Prefeitura de Manaus, para reforçar os protocolos de investigação e controle dos casos provocados pelo parasita Plasmodium Falciparum, que é o mais agressivo agente causador da doença.

A capacitação foi coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e reuniu agentes de endemias que atuam na supervisão do trabalho de campo e na busca ativa dos casos, assim como microscopistas que realizam o primeiro diagnóstico para identificação do tipo de Plasmodium.

O chefe do setor de Controle Vetorial e Entomologia da Semsa, João Altecir Nepomuceno da Silva, que conduziu a capacitação, explicou que o objetivo foi reforçar as orientações sobre os protocolos de vigilância e controle do Plasmodium Falciparum, que tem como ferramenta principal a identificação e investigação dos casos, além de medidas de controle para evitar a disseminação da doença em uma comunidade.

“A malária causada pelo Falciparum é aquela que é a mais agressiva e pode matar se houver retardo no diagnóstico ou tratamento, e por isso há um cuidado diferenciado. A eliminação do Plasmodium Falciparum é uma das metas pactuadas pela Semsa, buscando manter uma incidência de menos de 1%, o que tem ocorrido nos últimos anos”, explicou João Altecir.

Este ano, Manaus notificou um total de 1.845 casos de malária entre janeiro e setembro, em uma redução de 42% em comparação com o mesmo período do ano passado.

“A redução de mais de 40% é recorde no indicador total de casos de malária, mas este ano, entre setembro e outubro, Manaus registrou 45 casos de malária pelo Plasmodium Falciparum em uma comunidade no bairro Tarumã. Foram realizadas as ações e o surto foi controlado, mas representou um alerta para o reforço na execução de ações de investigação e controle”, informou João Altecir.

De acordo com o protocolo de ações, no caso de diagnóstico positivo para o Plasmodium Falciparum no exame realizado pelo microscopista, é essencial iniciar as ações de controle o mais rápido possível, incluindo confirmação do diagnóstico por laboratório de revisão e, se comprovado o resultado, início imediato da investigação para identificar se o caso é autóctone, iniciado em Manaus, ou se é caso importado de outro município, Estado ou país, que ocorre quando o paciente chega a Manaus já infectado pela doença. Também são realizadas as ações de educação em saúde, controle vetorial para eliminar possíveis mosquitos infectados e busca ativa para detectar portadores assintomáticos.

Para o chefe do setor de Controle de Endemias do Disa Rural Terrestre, Francisco Ricardo Cavalcante, a capacitação vai ser importante para o trabalho de campo dos agentes de endemias, de forma a melhorar a execução dos procedimentos no controle da malária.

“O Disa Rural, na área fluvial, registrou em junho deste ano seis casos de malária por Plasmodium Falciparum. Mas os casos foram em pessoas que viajaram para outro país e chegaram infectadas em Manaus. Nesse caso, foi possível controlar a disseminação na comunidade com a busca ativa de casos, termonebulização para eliminar o vetor infectado, instalação de mosquiteiros e tratamento nos criadouros do mosquito transmissor para controle das larvas. O objetivo desse trabalho é evitar a prevalência de casos de malária por Plasmodium Falciparum no nosso município e a capacitação é mais uma forma de fortalecer o trabalho de monitoramento e controle”, afirmou Ricardo Cavalcante.

Sintomas

Os principais sintomas da malária são febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça. Também podem ocorrer náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.

O chefe da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores da Semsa, Alciles Comape, conta que a Prefeitura de Manaus tem conseguido manter a redução de casos de malária a cada ano, mesmo no período sazonal da doença, quando ocorre aumento no número de casos de malária, que vai de julho a setembro.

Entre janeiro e setembro de 2021, Manaus registrou 3.165 casos da doença. Nesse mesmo período de 2022, foram notificados 1.845. No mês de setembro do ano passado, foram 763 casos e 384 casos em setembro deste ano.

”A Semsa trabalha tendo como foco o diagnóstico precoce, tratamento em tempo oportuno, busca ativa e controle vetorial do mosquito. O trabalho é feito com o apoio de agentes de endemias, que são treinados para reconhecer os sinais e sintomas, realizando visita de casa em casa, fazendo a coleta de material do exame, entregando medicamentos e supervisionando tratamento quando necessário. Também é feita a distribuição de mosquiteiros impregnados com inseticida, a termonebulização, que é o fumacê, de forma seletiva e o monitoramento permanente da notificação de casos. Com esse trabalho, o número de casos tem mantido uma redução ano a ano desde 2018, quando houve o registro de 8.322 casos de malária”, ressaltou Alciles Comape.

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Texto – Eurivânia Galúcio /Semsa

Foto – Divulgação/Semsa

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