Uma comitiva do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), acompanhou nesta semana o sistema de produção de gado tecnificada, com melhoramento genético e manejo de pastagem, desenvolvido na Fazenda Triângulo, localizada em Humaitá (a 590 quilômetros de Manaus).
Gestores e técnicos do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) e da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal (Adaf) também puderam conhecer a propriedade de mais de 33 mil hectares, sendo 8 mil só de pasto extensivo. A unidade realiza a criação de 6 mil cabeças de gado de forma sustentável há mais de 30 anos, com sistema de produção altamente eficiente, visando diminuir o ciclo de reprodução da espécie, dando ênfase à sanidade animal e respeitando o bioma amazônico.
“Temos todo cuidado com uma pastagem de qualidade, controle das vacinações e, por fim, uma genética diferenciada. Essa genética que te permite um ciclo mais produtivo e rápido. Esse é o objetivo de qualquer produtor rural, produzir com giro mais rápido. Esse tipo de cruzamento industrial que fazemos aqui permite isso, a novilha dá o primeiro produto dela aos 2 anos, com alta precocidade, enquanto um animal sem essa genética leva o dobro de tempo”, explicou Marcos Antônio Firmino, médico veterinário e coordenador da Fazenda Triângulo.
O proprietário da fazenda e produtor rural, Mauro Zaborowsky, destacou a vocação da propriedade para criação de gado, de forma sustentável, preservando a floresta e recuperando áreas degradadas.
“O que mais me motiva aqui é poder mostrar para as pessoas que na região a gente pode coordenar o progresso, a geração de emprego, o desenvolvimento sustentável para o país, sem prejudicar o bioma amazônico. Nós temos uma área muito linda, de campos naturais, das matas. Preserva-se praticamente 100% da mata primária e usam-se apenas os campos naturais dentro da reserva legal dos 65% permitidos”, destacou Mauro.
A Fazenda Triângulo emprega diretamente 46 famílias, que fazem todo o trabalho de recuperação de áreas degradadas, improdutivas em pastagens produtivas e que garantem a transformação em proteína animal de alto valor agregado em razão do sistema de produção adotado pela unidade.
Sanidade
O diretor-presidente da Adaf, José Omena, ressalta que a autarquia tem atuado para manter o status sanitário da região de Humaitá como livre de aftosa sem vacinação. A Adaf promove a atualização cadastral do rebanho e controla a entrada e saída de animais para garantir a sanidade do plantel.
“A atuação expressiva da Adaf em Humaitá, em parceria com os pecuaristas locais, tem sido decisiva para potencializar o setor primário no sul do estado, que já detém o status internacional de livre de febre aftosa sem vacinação. Temos no município uma pecuária forte, com crescimento – e melhoramento – de rebanho, geração de emprego e expansão de mercado”, avalia.
Dados da pecuária em Humaitá
Em 2021, o município de Humaitá registrou 27.873 cabeças de gado. Já em 2022, o número subiu para 39.475, representando um aumento de 41,6% do rebanho em relação ao ano anterior.