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A principal testemunha do crime que chocou Parintins esta semana, quando o PM Jovane Matos assassinou a esposa e a filha, falou com a titula da Delegacia da Mulher em Parintins, a delegada Marna de Miranda. Em coletiva de imprensa, ela contou detalhes do caso relatados pelo filho do autor, um jovem de 17 anos, que chegou a sofrer tentativa de homicídio.

Durante a entrevista, a delegada relatou o testemunho do jovem sobrevivente e, pelo depoimento, há certeza de que o PM Raimundo Jovane Matos, 46, cometeu o feminicídio. “Nós não temos a motivação do fato, porque esse autor se reservou o direito de manifestar-se apenas em juízo. Então, apesar dele ter sido apresentado aqui na delegacia pela polícia militar ele não falou durante o seu interrogatório, é um direito que ele tem ele estava acompanhado do advogado”, disse a delegada.

A delegada também negou que haveria uma quinta pessoa na casa, que poderia ter cometido o crime. “Não havia um quinto elemento nessa casa. Havia apenas a família que é composta de quatro membros que era as duas vítimas mulheres, o autor e o filho sobrevivente. A principal depoimento a cargo dessa testemunha que é o filho”, revela.

Marna de Miranda detalhou o relato da testemunha na hora do crime. “Relatou que acordou com um barulho de um estampido e, em seguida desse primeiro estampido, ele ouviu o grito que ele acredita ser da mãe. Em seguida ao grito, ele ouviu um segundo estampido. E aí ele se permaneceu no quarto… aguardando foi quando ouviu a voz do autor batendo na porta do quarto. Logo ele reconheceu que seria a voz do pai, por esse motivo ele abriu a porta e se deparou com esse infrator com a arma de fogo ainda em punho. Esse menor relata que viu que essa arma apresentava ali uma pane e, então, por esse motivo ele teve coragem e travou uma certa luta corporal com o pai”, narrou a delegada.

Após ouvir os gritos de socorro, vizinhos entraram na residência para ajudar o jovem. Eles imobilizaram o PM até a chegada de uma patrulha da polícia militar, que o levou para o 11º Batalhão de Parintins. As pessoas que participaram do fato também foram ouvidas pela polícia. “Nós temos uma confissão para esse vizinho que diz ‘eu acabei de fazer merda, por favor cuide do meu filho’”, apontou Marna.

De acordo com a delegada, o PM Raimundo Jovane estava afastado de suas atividades, porém com um atestado para “acompanhar a pessoa enferma” e que o mesmo não apresentou nenhum “laudo psiquiátrico ou algo parecido”, sendo assim capaz de responder pelos próprios atos.

A prisão em flagrante foi lavrada e encaminhada à Justiça com pedido de representação de prisão preventiva. “Ele está ainda sob a custódia da polícia militar ele será levado à audiência de custódia pela polícia militar e dependendo do resultado dessa audiência ele ficará quartelado no 11º batalhão”, concluiu.

O sargento da PM Raimundo Jovane matou a tiros a esposa, Izandra Batista Bentes, 40 anos, e a filha, Ize Camile, 19. Ele ainda tentou matar o filho de 17 anos e tirar a própria vida. O crime aconteceu na madrugada de terça-feira, 19, na rua Tomazinho Meireles, Itaúna I, em Parintins-AM.

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