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Da Redação

 

A história da comunidade São Sebastião do Boto entrou em ruínas quando a última parede de concreto da capela do padroeiro foi colocada no chão nesta quinta-feira, 16 de março. A igreja da Boca do Boto, pioneira em alvenaria na área de várzea no município de Parintins, era patrimônio imaterial e havia sido desativada antes da pandemia, em consequências de danos iminentes na estrutura causados pelas últimas grandes enchentes.

Mesmo com a proximidade da erosão fluvial e da margem do Rio Amazonas, a edificação era imponente, referência à navegação, objeto de pesquisadores, tal qual ao prédio da charquearia do português Benjamin Portal, que funcionou no século 20, na Fazenda São José, na comunidade Vila Bentes. A construção da igreja do Boto, em alvenaria, ocorreu em meados da década de 1980, com o envolvimento de todas as famílias.
A obra tinha significado de memórias e da organização social da comunidade da área da Paróquia da Catedral de Nossa Senhora do Carmo. “Foi um absurdo quando vi um bar em um lugar consagrado, a sacristia. Deixasse que a natureza levasse, assim como foi na comunidade do São José. As pessoas doaram a vida para construir aquele lugar”, desabafa uma comunitária que testemunhou o esforço coletivo para a construção da igreja.
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Crianças com outro missionário italiano, Padre Egídio Mozzato.
Muitas gerações se catequisaram na capela do Boto, conheceram a evangelização, professaram a fé em Deus, e algumas delas tiveram a oportunidade de participar de missa celebrada pelo missionário italiano, Dom Arcangelo Cerqua, primeiro bispo da Diocese de Parintins. Turistas de navios transatlânticos, naturalistas e descendentes das famílias guardam boas recordações do patrimônio imaterial que contrastava com o rio e a floresta.

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